com a palavra

Advogada, docente e empresária fala sobre trajetória e desafios da carreira

18.319

Fotos: Arquivo Pessoal
Gestora da Universidade Estácio, Nara é apaixonada pela vida. Advogada, docente e empresária, ela investe tempo de qualidade no cuidado pessoal e nas pessoas que ama

Persistência e alegria são algumas das características desta advogada, docente e empresária. Nascida em Carazinho, Nara escolheu Santa Maria como cidade do coração. Filha de Eva Nair Gonzales e Luiz Antonio Stainr, falecido, ela enumera algumas de suas paixões, entre elas, ensino, Direito e gestão. Porém, ao falar do sentimento mais nobre, o amor, ela não pensa duas vezes e cita a filha, Flávia Stainr Pires, 20 anos, estudante de Direito que a enche de orgulho. Gestora do polo de Santa Maria da Universidade Estácio, aos 49 anos, ela divide o tempo entre trabalho, esporte e cidadania. Nesta entrevista, Nara compartilha um pouco desta trajetória.

Diário - Que palavras a definem?

Nara Suzana Stainr - Iniciativa, fé e perseverança. Sem fé, não alcançamos os objetivos. A resiliência também faz parte da minha estrutura. 

Diário - Por que Santa Maria?

Nara - Estou na cidade desde os 14 anos. No Coração do Rio Grande, me formei em Direito, consolidei família e fiz amigos. A cidade está em constante crescimento, mas, para que isso se efetive, precisamos ter a mente aberta e caminharmos em direção do bem. Faço parte deste desenvolvimento. 

Diário - Qual é o sentimento de ver a filha seguir a sua profissão? 

Nara - Orgulho. Acredito no Direito e tenho certeza de que Flávia está no caminho certo. Ver a minha filha estudar e estagiar é ter o prazer de acompanhar o crescimento dela. 

Diário - Você começou a trabalhar aos 17 anos.

Nara - Sim. Como bancária, profissão que exerci por 18 anos. Em 2004, me formei em Direito pelo então Centro Universitário Franciscano (Unifra). Com quatro meses de formada, saí do banco e passei a atuar como advogada. 


Na Amazônia, em julho

Diário - Logo, fez as qualificações.

Nara - Fiz três pós-graduações, além do mestrado e doutoramento. Ainda no mestrado, comecei a lecionar na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Depois, dei aulas na Unifra, ao mesmo tempo em que trabalhava como advogada. Divido minha trajetória em antes e depois do Direito. Levei adiante a vida de pesquisadora e me dediquei à pesquisa e à extensão. Dali, fui para o doutoramento na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Estudei, trabalhei e me qualifiquei sem deixar de ser mãe. Em busca de conhecimento, viajei pelo Brasil e exterior. Com isso, além da bagagem científica, acumulei vivências inesquecíveis. 

Diário - E ao fim do doutorado...

Nara - Terminei o curso dando aulas em duas universidades. Além disso, fui professora substituta na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Com doutoramento e docência em universidades públicas, conheci um campo diferente de atuação profissional e engajamento social, visto que, como advogada, atuava em esferas privadas. 

Diário - Quanto aos sonhos realizados, qual deles é o mais importante?

Nara - A maternidade, com toda a certeza. Tive minha filha enquanto fazia faculdade. Passei por duas mudanças no mesmo período, ser mãe e trocar de profissão. Eu desejava muito ser mãe. Demorei 12 anos para realizar o meu lindo sonho. A Flávia é a maior bênção da minha vida. A maternidade nos dá uma carga valorativa enorme e intensifica todas as outras responsabilidades. 

A empreendedora foi agraciada com o título de Defensora da Amazônia

Diário - Estudar, trabalhar e dar atenção à filha recém-nascida. Como traduzir essa experiência? 

Nara - Em nenhum momento, profissão e maternidade competiram. Com amor e planejamento, uma mulher dá conta, sim. Eu precisava estudar, trabalhar e educar minha filha. Priorizo o tempo de qualidade. Nunca deixei de me dedicar à Flávia. Não foi a quantidade de tempo que fez a diferença, e sim o quanto eu verdadeiramente estava com ela ao chegar em casa. 

Diário - Como bancária, você já trabalhava com metas e produtividade. Isso contribuiu para a sua atividade como gestora? 

Nara - Sim. Como fui gerente de pessoa jurídica, acompanhei o início e o desenvolvimento de várias empresas de Santa Maria. Além do grande círculo de amizades, tive oportunidade de aprender com diferentes experiências em gestão e constituir relações que me deram solidez para ser empreendedora. 

Diário - Em 2015, você passou por outro momento importante. Como foi se tornar empreendedora? 

Nara - Entre 2015 e 2016, tive coragem e ousadia e realizei outro sonho. Comprei a empresa que, a partir de 2017, passou a ser chamada de Estácio. Hoje, sou gestora do Instituto de Educação de Santa Maria (Unism), mantenedora da universidade. Tenho orgulho do que conquistamos como universidade. Em 2019, o polo de Santa Maria ficou em terceiro lugar, entre os 511 polos da instituição, no prêmio de Plano de Excelência em Gestão (PEG). 

Diário - E o voluntariado?

Nara - É um outro pilar que acredito. Coordeno um grupo de voluntários que realizam cursos profissionalizantes para soldados do primeiro ano do serviço obrigatório no Exército. São rapazes que, na maioria das vezes, saem dos quartéis sem profissão. Com apoio dos comandantes, disponibilizamos estudos que conferem diploma e ampla visão do mercado de trabalho. Comunicação, gestão financeira e pessoal e empreendedorismo são alguns dos assuntos abordados. É um projeto bonito.

Com Flávia, seu maior presente

Diário - Você participou de uma imersão voluntária na Amazônia. 

Nara - Pelo trabalho desenvolvido junto às Forças Armadas e devido à atuação na área de Direito Ambiental, fui convidada, com outros membros do judiciário, a fazer uma Visita Institucional à Amazônia. Foram três dias de imersão na realidade do local com diferentes profissionais federais. Participei de palestras, acompanhei o trabalho do Exército em hospitais, o cuidado com os indígenas, conheci caciques e assisti a um parto. Visitamos a primeira hidroelétrica autossustentável da Amazônia, vi como funciona a segurança do nosso espaço aéreo e a proteção inclusiva oferecida pelo Exército. Quando vimos de perto o que as Forças Armadas fazem, passamos a dar valor à renúncia, poder de superação e desprendimento dos militares e das famílias que os acompanham. A viagem foi um presente para mim. 

Diário - E além do trabalho?

Nara - Minha vida é uma trilha sonora. Adoro dançar e fazer atividades físicas. Há pouco tempo, tornei-me uma corredora. Não fico longe do meu chimarrão, dos livros, da família e dos amigos. Sou movida pela alegria e pela fé. No trabalho, tenho pessoas que me impulsionam a vencer. São o meu presente diário. A palavra problema não existe em meu vocabulário. Quando há algo para resolver, chamamos de "situação". Meus irmãos, Silvia, Everton e Mira, bem como meus sobrinhos, Aline, Jordão, Antonella, Mariana, Otávio, Helena, Érica, Lucas e Murilo, também enriquecem meus dias.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Ex-prefeito José Farret está na UTI do Hospital de Caridade

Por causa de obras, Rua das Bergamoteiras tem bloqueios a partir de hoje Próximo

Por causa de obras, Rua das Bergamoteiras tem bloqueios a partir de hoje

Geral